
Foto: GP
2025
O presidente da SAD do Académico de Viseu, Mariano López escreveu uma carta aberta aos academistas onde tece algumas considerações sobre o momento do futebol profissional do clube, e na sequência da recente decisão de mudança de treinador.
É este o teor da missiva do responsável máximo pela SAD do Académico de Viseu:
Caros amigos academistas,
Na sequência da recente decisão de mudança da equipa técnica do Académico, quero partilhar convosco uma mensagem de responsabilidade, de exigência e de compromisso. Estou seguro de que serei compreendido.
Com a responsabilidade de quem deve liderar, decidimos a mudança de treinador após um início de época desportiva que assumimos aquém das expectativas. É assim em futebol. Contudo, não muda a nossa exigência nem o compromisso com a continuidade deste projeto de subida — um projeto absolutamente profissionalizado, que não implode ao sabor dos resultados. É, aliás, por isso que este projeto já é uma referência no país: porque veio para ficar. Não termina com a desilusão de um jogo, de uma época, nem de duas nem três. Nem sequer terminará quando conquistarmos a tão desejada subida de divisão. Porque esta é a nossa exigência, e este é o nosso compromisso: estar onde o clube e a região merecem!
Academistas,
Sabemos o que é a pressão natural do futebol - conhecemo-la da Alemanha ao Brasil - e por isso recusamos qualquer gestão ao sabor de um certo ambiente tóxico que tem proliferado. Ceder a isso é característica dos inseguros, dos desfocados e dos desprevenidos. Com a mesma serenidade com que enfrentamos o desafio de subida no Académico, sem obsessão, observamos agora o percurso ascendente dos nossos parceiros do Barra FC. O que muda? Nada, porque o rumo está definido.
Creio poder dizer, com toda a justiça, que a missão que assumimos no Académico — e cujo investimento e esforço têm ido muito além do futebol profissional (veja-se o trabalho e os resultados na formação; veja-se o apoio ao Clube; veja-se a disponibilidade para investir nas infraestruturas fundamentais, assim nos deixem fazer muito mais...) — é reconhecida pela generalidade dos academistas.
Quero também sublinhar o papel essencial dos nossos patrocinadores e parceiros, cuja confiança e compromisso têm sido pilares decisivos neste caminho. São empresas e instituições que acreditam no Académico e que partilham connosco a visão de um projeto sólido, ambicioso e profundamente ligado à cidade e à região. O seu apoio não se mede apenas em contributos financeiros. Mede-se, sobretudo, na forma como se envolvem, promovem e dignificam o nome do nosso Académico. A todos eles, a minha mais profunda gratidão e o compromisso de continuar a honrar esta confiança com trabalho, seriedade e resultados.
É por isso que a minha revolta é maior. Porque não posso permitir que se tente construir, sobretudo em torno da SAD, dos seus profissionais, atletas, staff e demais colaboradores, qualquer ambiente negativo, de propagação de ofensas, ruído e mentira — algo que ultrapassa largamente a crítica e a desilusão normais no futebol.
Recuso em absoluto esse ambiente, porque, está visto, não se compagina com a responsabilidade, a exigência e o compromisso do nosso projeto. Nem com os valores das pessoas que o representam — em particular o nosso investidor! Recuso em absoluto esse ambiente, também, porque só prejudica a nossa equipa.
Ao mesmo tempo, apelo aos verdadeiros valores desportivos, do apoio, da união e do respeito, que são fundamento da identidade academista, e partilhados pela larga maioria de sócios e adeptos. São esses valores que subscrevo aqui, e que continuarei a defender, junto das pessoas que tanto gosto de encontrar, nas ruas de Viseu ou no nosso Fontelo, sempre com a mesma tranquilidade, seja em dias de derrota ou de vitória. Ou seja, depois, no dia da subida.